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Uma pequena amostra do que eu tenho, mas como essa foto é de uma encarnação passada, obviamente aumentou e muito, e tenho que fazer mágica nas minhas estantes para caber tudo. |
Quem me conhece sabe que eu sou aloka dos mangás, mas não cheguei ao ponto de ser como meus irmãos que tem o cafofo repleto de prateleiras lotadas de mangás, mesmo porque espaço físico nunca foi o forte no meu apartamento, ainda mais no Japão, que a gente tem que dar um de mágico pra fazer caber as coisas, ou seja, quanto menos, mais fácil de achar as coisas.
Eu tenho uma coleção moderada, mas existem mangás que eu não consigo acompanhar nem pedindo (como "One Piece" e "Meitantei Conan", por exemplo, que já passaram de 100 volumes e continuam); nesse caso, eu prefiro já ler os que já encerraram. Apesar de que eu tenho uns três títulos que estão ainda sendo publicados e sei lá quando encerram.
Ultimamente, estou lendo alguns por motivos de 1) recomendação de amigos e 2) gostou do live action ou anime e resolveu saber mais do assunto. O duro que quando se empolga, resolve correr atrás pra saber como começou, como está o andamento...
É fato que existem pessoas que não curtem mangá ou anime ou as duas coisas, mas tenho que respeitar a opinião delas, afinal, gosto nunca se discutiu. (O duro é quando a pessoa generaliza ao ponto de perder a amizade) Mas a gente faz o que pode.
Além dos motivos mencionados, outros fatores contribuem para que eu leia mais e assistir mais ainda (era algo que eu tinha perdido o hábito depois que eu havia mudado de emprego):
Muitas vezes eu tenho que recorrer aos dicionários para tentar entender a frase. Mesmo com furigana junto aos kanji na maioria dos mangas, eu ainda não sei nem 50% do que deveria. Por isso que tenho na estante sempre à mão, o Kodansha Kanji Learner's Dictionary (eu recomendo, tem até os passos de como se escreve o caracter) e o Nihongo Bunkei Shiten Eigo Ban ou Guia de Dicas da Gramática Japonesa com tradução em Inglês, que traz a explicação e exemplos. Em Inglês, porque eu consigo entender melhor (e eu preciso voltar a estudar também).
Auxílio nos meus estudos da língua japonesa: No caso dos mangás, eu consigo ler e tentar entender ao menos boa parte do enredo. As palavras que eu fico com cara de interrogação, chego a anotar e procurar no dicionário. Na maioria das vezes, o dicionário fica ao lado pra qualquer eventualidade. Acreditem, se quiserem: foi lendo muitos quadrinhos quando criança, não tive dificuldades no aprendizado. E leio até hoje. Muito embora os mangás possuam linguagem coloquial demais, muitas vezes vale a pena procurar aqueles chamados "época do xogunato", que a linguagem seria mais formal, mas o duro quando se encontram palavras que ninguém usa mais hoje em dia.
No caso de anime, eu treino muito a audição, para entender o que falam. Se eu conseguir entender metade da frase, já seria lucro. Claro, o certo seria entender tudo para não entrar em desespero no próximo exame JLPT, mas vamos por doses homeopáticas. O mesmo eu faço com filmes: som original sem legendas, se bem que quando assisto meus doramas, eu costumo colocar com legendas (em japonês mesmo) para não ficar tão perdida mais do já fica (especialmente doramas médicos e doramas jurídicos). Agora, treinar como falar fluentemente que seria bom, necas, porque o mais chato nisso tudo é não ter gente pra conversar sobre o assunto, aí sobram as redes sociais e no fim acabo ficando mais fluente escrevendo e lendo do que ouvindo e falando...
Estimula a memória: Não sei vocês, mas eu consigo treinar minha memória com tudo isso - lendo, assistindo, ouvindo -, porque se eu memorizo, eu acabo guardando muitas palavras que podem ser muito úteis no meu cotidiano. Mas isso tem que ser um hábito diário, não de vez em quando quase nunca como aconteceu nos últimos anos, que até pra ler mangá eu tava num desânimo daqueles.
Viagens: Existem muitos doramas, animes e mangás que fogem do cenário Tóquio. Quando existe alguma cena marcante, acaba virando ponto turístico (aka o famoso ponto de encontro entre Makino e Doumyoji em HanaDan, que fica em Ebisu), isso quando o ponto turístico já existente acaba virando parada obrigatória quando vai viajar para determinado lugar.
Confesso que tem muitos lugares que eu morro de vontade de conhecer, embora nos quadrinhos alterem muita coisa ou é criação do autor, e em filmes a maioria é cenografia, mas existem lugares que são reais e que valerá muito a pena conferir de perto, como o lado "velho" de Tóquio ("San-gatsu no Lion"), Nagasaki ("Sakamichi no Apollon") ou Fukui ("Ao no Honoo"), entre muitos.
Eventos Históricos: O filão mais explorado pelos mangakas, autores de doramas e na literatura, seria o período do xogunato, era Meiji até a Segunda Guerra Mundial. Muito embora muitas histórias colocam como pano de fundo esses eventos históricos, nunca é demais saber sobre o que aconteceu e o que mudou na história atual.
O mais engraçado é que eu quase nem leio esse tipo de mangá e olha que li o Rurouni Kenshin inteiro, mas se for contar filmes, pelo menos três ou quatro. Daí o pessoal quer saber mais sobre as cidades onde ambientam as histórias - típico no caso dos taiga dorama da NHK, onde geralmente a história se passa em província X. E por ser baseado em fatos reais, aí que a coisa esquenta. Uma dica pra taiga dorama: tem que ter paciência pra assistir, porque dura o ano todo, com capítulos semanais. Pra quem quiser algo mais levinho, assistam assadora da mesma emissora - são capítulos diários de quinze minutos cada e depois se transformam em dois ou quatro DVDs no final.
Mas, para quem não curte muito o assunto, não vou forçar ninguém a gostar. Vai de qualquer um, desde que respeite o gosto alheio.
Fotos: todas do acervo pessoal da autora.
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