[Turning 50] A Necessidade de se Aprimorar e Mudar de Vida


Eu sei que essa frase está muito batida, especialmente de minha parte, mas virou uma menção diária. Aliás, isso vem de faz muito tempo, que eu preciso o quanto antes conseguir meus certificados e partir para a próxima, porque para procurar um outro trabalho, dependendo do que for, estão pedindo certificado de JLPT nível 3 pra cima, se tiver TOEIC no mínimo 800 pontos e alguma qualificação (na verdade, estou querendo trabalhar com webdesigner ou voltar a programar sistemas).
Desde que mudei de Yokohama (sim, faz tempo), estou estudando arduamente para conseguir, nem que seja em partes, as devidas qualificações. Eu sei que na época em que trabalhei em Tóquio eu deveria ter corrido atrás, e tenho ciência de que procrastinei pra caramba nisso tudo. Senão talvez hoje estaria postando algo diferente, sei lá. 

Mas vamos aprender com os erros do passado e tentar não repetí-los daqui pra frente.


Não se deixar levar pelos outros: Erro que cometi quando eu estava em Kisarazu e tinha o privilégio de poder folgar um dia na semana - uns cinco anos atrás, eu estava estudando keigo (linguagem formal) e business japanese for beginners em uma das mais conhecidas universidades do Japão. Eram cursos voltados para a comunidade, três meses de curso, uma vez por semana, à noite. Desde que pagasse, claro, tínhamos o direito de poder usar a biblioteca do campus e fazer os cursos extracurriculares ministrados pelos professores da própria universidade. 

Não lembro como foi que descobri essa possibilidade de poder fazer esses cursos, mas só o fato de poder conseguir estudar novamente já tinha me animado. E aproveitando que poderia folgar no trabalho durante a semana, pedi por três meses folga semanal no dia que fazia o curso. Estava indo muito bem, mas nunca iria esperar que os demais alunos (eram mais cinco), estrangeiros, acabassem atrapalhando demais as aulas ao ponto de atrasar demais o cronograma. O pior que a carga horária estourou, não concluimos o curso e, quando eu estava para tentar fazer de novo, mas em outro dia, onde eu trabalhava teve gente que reclamou que eu folgava somente aquele dia sendo que os demais tinham folga em dias aleatórios. Expliquei que eu estava estudando, mas sabe a ameaça de ser demitida (por causa das estrangeiras que trabalhavam comigo estavam reclamando de minha pessoa)? 


Atualmente, estou estudando AutoCad e Desenho Técnico aos finais de semana. No meu trabalho atual, trabalho aos sábados é raro, quase inexistente. E mesmo se tivesse, é facultativo e ninguém reclama. Espero terminar sem problemas, porque ficamos três meses sem aula por causa da pandemia. E língua japonesa acabei estudando seis meses no Centro Internacional e o resto em casa, através de apostilas e vídeos de nativos ensinando como falar apropriadamente (felizmente consegui o N3, agora estou me matando para conseguir o N2).


Aproveitando o tempo: Na verdade eu já aproveito até demais. Mesmo quando eu viajava, levava um livro, bloco de anotações e estojo de canetas para estudar enquanto esperava a condução ou começar o evento (eu ia muito para Tóquio nos eventos de doujinshi. Como eu chegava muito cedo, eu parava na cafeteria da sereia ou do ursinho, pedia a bebida no tamanho maior que tivesse e ficava até perto de dar o horário de entrada, estudando). Em casa, quando não estou postando algo, estou assistindo algum filme ou dorama japonês para entender melhor o que se passa. Quando fiquei 45 dias em casa por causa do estado de emergência em todo o país, mais bem que aproveitei o tempo sobrando. Desde testar receitas, arrumar o cafofo até estudar (seguia mais ou menos o horário como se eu estivesse trabalhando, com pausas para almoçar e ir ao banheiro).

Embora eu tivesse voltado a trabalhar em junho, estou tentando ao máximo usar o tempo que sobra, especialmente nos dias que saio mais cedo do trabalho. Mas têm dias que bate o maldito cansaço mental e não sai nada que preste, por isso andei postando menos depois do fim do jishuku. Se pra postar alguma coisa eu já estava deletando até postagem que fiz, imagine estudar alguma coisa. Ia esquecer tudo no dia seguinte.




Redes sociais: Estou entrando bem menos, o que na verdade eu deveria interagir mais. Mas em tempos de pandemia + qualquer coisa já vira motivo de discórdia, acabei me afastando de uns assuntos mas acabei interagindo em outros, como estudos de língua japonesa e programação de sistemas, algo que eu me formei, trabalhei muito pouco na área e acabei deixando muito de lado (e agora corre atrás do prejuízo).

Nos dias que fiquei de jishuku, comecei a participar mais de lives promovidos por pessoas que são programadores tanto no Brasil como no Japão, para me atualizar em tudo e no mercado de trabalho também.

Eu havia mencionado em uma postagem que, se por um lado as redes sociais ajudam as pessoas, por outro lado, elas podem até matar. No que elas podem nos ajudar, eu descobri muitos eventos e cursos que hoje me beneficiaram e eu desconhecia a existência deles. Portanto, no pouco que estou frequentando as redes sociais, mais estou procurando conteúdo, desde receitas culinárias, cursos on line, música e cinema. Ou seja, estou passando batido em polêmicas, postagens e assuntos de teor desanimador. 

O pouco que frequento é mais para buscar conteúdo que fortaleça mesmo em tempos difíceis, mas evitando usar palavras que já estão ficando muito batidas ao ponto de incomodar na internet, como "gatilho", "novo normal" e "tudo vai ficar bem" (por sinal, eu acho essas palavras pioram a situação, não sei vocês, mas...).


Esquecendo a idade que tem: Como muita gente que me conhece, sabe, este ano entro logo na versão 5.0 da vida. O que isso quer dizer? Na verdade, no assunto idade, nunca dei muita atenção, mesmo porque nunca aparentei a idade que tenho (no que teve gente que me deu muito menos que tenho, teve outra que me deu uns a mais, mas acontece). Mesmo nas poucas entrevistas de emprego que andei fazendo, o que pegava em mim nem era a idade, e sim, a falta de algumas habilidades que eu deveria ter tido no passado (e que hoje estou me esforçando para adquirí-las).

Eu desconsidero gente que chega para mim e diz que estou velha demais para fazer tal coisa. Enquanto eu tiver saúde para fazer o que eu quero e preciso fazer, a idade não importa. Pelo menos para mim. E não estou nem aí se falam para mim que gostar de idol é coisa de gente jovem demais , que ler manga e assistir anime são coisas de adolescente, e tudo o que envolve idade. Até pra emprego. 

Nos cursos que andei fazendo, o que menos as pessoas se preocuparam era minha idade, mas se minha saúde estava boa e se estou bem no trabalho. Até perguntam para mim se ando assistindo os animes desta temporada (o que nem peguei por completo ainda).

Resumindo: nada é tarde demais para buscar aquilo que deseja, seja no trabalho, seja na vida social. Tente enfrentar as adversidades, busque inspiração para fazer alguma coisa que te faça bem. Mas também não faz mal se temos aquelas horas em que queremos dar um tempo na nossa mente e desligarmos um pouco, porque também faz parte para mantermos nossa saúde física, mental e emocional em ordem para podermos seguir adiante.

Porque se não houver equilíbrio no nosso corpo, nada funcionará.

Imagens: da autora, exceto os gifs animados que são do tumblr.

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