Auto Estima

O Blonde Latte Oats Milk já vem com leite de aveia, como já diz o nome...

Na postagem da pequena retrospectiva de 2022, e no Instagram, no mês de dezembro eu mencionei que comecei a frequentar aulas de yoga, e estou percebendo os resultados, como minha postura e sinto menos cansaço na hora de caminhar. Isso em um mês que estou frequentando duas vezes por semana.

Antes que muita gente ache que entrei nessa "só porque é modinha", vou logo avisando: primeiro, foi indicação de uma colega de trabalho (que me possibilitou a taxa de inscrição e dois meses gratuitos. Podem me julgar pelo fato de eu ir nesses lugares quando é gratuito por tempo limitado); segundo, era o que melhor me encaixava naquela altura do campeonato, já que academia eu tentei muitas vezes e parava no meio por diversos motivos; e terceiro, minha auto estima estava lá nas profundezas infinitas.

Não aparento, mas é a verdade.

Nunca fui de ter um corpo "perfeito", ainda mais que tenho 157cm de altura. Era do tipo "cheinha", e, por um bom tempo pesava entre 55 a 58 quilos, já que eu consumia muito pouco doces, fazia exercícios e, bem, tinha uma vida sedentária. A situação desandou quando estava no Japão e fui morar em Yokohama e trabalhar em Tóquio: meu peso disparou para 68 quilos. Fatores que contribuiram para esse sobrepeso: trabalhava sentada quase o dia todo, meu horário de almoço era variado, comia muito fora de hora, e quase um litro de café por dia.

Daí vivia em rebound constante - se em um ano eu conseguia perder uns sete ou oito quilos, no seguinte ganhava cinco. Tive um período que meu peso chegou a descer para 52 quilos, tanto que minhas costelas saltavam na pele, mas depois novamente subiu para 60, chegando ao cúmulo de pesar 75 quilos!!! 

Nessa altura do campeonato, eu já estava me sentindo mal em todos os sentidos da palavra. Sentia muito cansaço ao caminhar, minhas roupas mal cabiam em mim, fora que no antigo trabalho era gente que reparava demais na minha aparência e eu tinha era vontade de sentar a mão na cara.

Eu sei que muita gente vai falar pra mim que é pra aceitar o corpo que tem, mas eu tenho um histórico familiar muito triste que, metade dos meus parentes pelo lado paterno, sucumbiram fatalmente por causa de colesterol alto, diabetes e hipertensão. Embora em todo exame médico que eu faço anualmente acuse que eu tenho carência de ferro, pressão muito baixa demais e preciso diminuir o consumo de café, meu BMI chegou a obesidade nível 1 e resultado geral do tipo que, se eu não tomar cuidado com os excessos, posso desenvolver tudo isso do meu histórico familiar. 

Falar pra mim que é pra aceitar o corpo que tem, é fácil, mas eu me preocupo muito com minha saúde também (e meu bolso idem, porque eu não vou ficar gastando dinheiro pra renovar o guarda-roupa pra tamanho plus size, me perdoem, tá). Fora do auto estima que ficou nas profundezas do buraco infinito.

Não foi fácil por quase dois anos seguidos chegar no trabalho e ficar ouvindo toda santa manhã comentários do tipo "nossa, tá gorda, hein?", "engordou, né?", sem falar que tinha gente que não me chamava pelo nome, e sim pelos "simpáticos adjetivos" que nem vou mencionar aqui pra não ofender os leitores. Eu poderia passar batido isso? Até tentei, mas eram ofensas que me machucavam por dentro, e era toda noite que eu voltava pra casa quase chorando. Se bem que teve dias que chorei no banheiro no meio do trabalho. Sério.

Na verdade, eu tentava perder peso e cuidar mais da minha saúde não pra agradar terceiros, mas era para mim mesma pelos motivos de saúde que mencionei. Meus familiares por parte paterna faleceram antes dos 60 anos por causa de problemas de saúde. Por isso que eu tento até hoje manter uma alimentação menos gordurosa, menos salgada e mais nutritiva. E, para completar, desenvolvi intolerância a lactose. Ainda derivados tudo bem, ainda consigo comer sem passar mal, mas leite com qualquer coisa junto...

Passei a consumir leite vegetal aka amêndoas, soja e aveia. Isso porque não é "modinha" ou "quer viver low carb" - é por questão de saúde mesmo. (E o preço também não tem tanta diferença, desde que encontre algum supermercado que esteja com preço camarada) E quando vou nas cafeterias, estou pedindo pra trocar o leite comum pelo de soja ou de amêndoa, caso tiver. Se não tiver, estarei ciente das consequências posteriores aka ficar enjoada o dia todo.

Mesmo assim, eu tenho que me conter nos doces, já que eu sou chocólatra por tabela. Daquelas que fica uma semana desesperada por doces e três semanas nem chega perto. Sim, eu ainda tenho TPM.

Não tenho nada contra pessoas que vivem dizendo "aceita teu corpo do jeito que está" e/ou "eu me sinto melhor assim", mas cada pessoa tem o seu modo de viver e de enxergar a si mesmo, de aceitar ou recusar, de querer deixar como está ou mudar pra ver se melhora.

Posso ter meus momentos de "como está, fica", mas ultimamente estou me movimentando para recuperar minha auto estima que havia se perdido uns tempinhos atrás.

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