Os Dez Mais da Autora - Mangás


Nos stories do Instagram, tem um link para interação, para postar suas fotos favoritas, seus lugares favoritos, etc. Eu ainda participo mesmo sendo uma vez a cada eternidade, mas depende muito do tema. Do estilo nos blogs em que as blogueiras postavam seis fotos no dia 6 de cada mês e sugerem um tema, mas só que no Instagram e participa quem quiser. E o pessoal posta tudo aleatório. O problema nos stories é que dura 24 horas, e quando a gente quer pegar o link pra participar, o mesmo já sumiu e muitas vezes tem que esperar alguma boa alma caridosa para postar também.

Resolvi fazer em forma de postagem mesmo, como antes. As blogueiras faziam e indicavam outros blogs para fazerem o mesmo, mas a maioria preferia deixar por livre escolha, se quisesse fazer, melhor ainda. Era só a gente não esquecer de divulgar nas redes sociais que possuíamos.

Postarei sempre que possível, minha lista de "dez mais" de alguma coisa, porque cinco é muito pouco, e passou de dez, o pessoal desiste de ler.

Quem me conhece, sabe que eu gosto de ler muito mangá e isso não é de hoje. Desde um pouco antes de eu aprender a ler, eu gostava de ler gibis que meu pai comprava a cada duas semanas na banca da cidade. Ler, não digo, mas ver as figuras. Quem nunca aprendeu a ler lendo revistas da Turma da Monica?! Se as taxas de importação não fossem altas, acho que eu estaria comprando os gibis físicos até hoje, mas tenho que me contentar com o conteúdo on line oficial.

Mangá original era difícil ter em casa, no máximo eram as revistas contendo vários autores, como o Shonen Manga e Shounen, que algum conhecido da colônia trazia do Japão (foi aí que conheci personagens como Kaibutsu-kun, Tetsuwan Atom e Magma Taisho. Shoujo manga foi "A Rosa de Versailles"). Só fui ler mangá completo quando meu irmão mais velho conseguia na Liberdade, pois ele morava perto.

Dez títulos é pouco pra quem lê muito mangá, e meus gêneros variam, desde shoujo passando por seinen e rola até BL. Apesar de eu ter feito uma lista em 2020, vamos naquela onda "vale a pena ler de novo".

1. "Magic Knight Rayearth" - CLAMP: Esse mangá sempre vai estar na minha lista dos mangás favoritos. Embora eu tivesse assistido as duas temporadas do anime na TV brasileira completamente desorganizado, consegui assistir quando meu irmão conseguiu o laser disc dessas temporadas e o mangá original. Preferi o mangá, e quando vim parar aqui, levei mais de três anos para encontrar os seis volumes originais (o tamanho B5 que foi lançado em 1995). Felizmente encontrei em uma livraria de segunda mão que tinha os seis volumes em um pacote fechado.

A saga de três meninas do curso ginasial de escolas diferentes que vão parar em um outro mundo, para salvar a princesa aprisionada e também o mundo, continua sendo uma das histórias mais bem-feitas do quarteto de mangakas CLAMP, tanto que, se bobear, as histórias posteriores das autoras acabam tendo alguma referência de Rayearth. Embora tivesse sido publicado em uma revista shoujo, a Nakayoshi, a história mistura elementos de RPG (role playing game), comédia e até BL. 

Teve outra reprintagem, mas infelizmente não contém o encarte que continham bonecas de papel para vestir e os 4-koma coloridos.


2. "Hachimitsu to Clover" - Chica Umino: Essa série escrita e ilustrada por Chica Umino, fui conhecer bem depois, por causa do anime e do filme (porque até hoje estou enrolando demais pra assistir a versão drama que tem o divo do Toma Ikuta). Desconsiderem a polêmica que uma blogueira fez em cima deste mangá, leiam que o enredo vale a pena, bem como a arte de Umino.

A história de cinco estudantes universitários com seus diversos dilemas - triângulos amorosos, perfeccionismo, enfrentar a vida adulta. Mas conduzido de forma tenra e que aquece o coração, mas com um gosto amargo bem no fundo. 

A autora também possui mais algumas obras, como "Spica", "East of Eden" e "3 Gatsu no Lion", mas para mim, a melhor dela vai ser sempre "Hachimitsu to Clover".


3. "Natsume Yujincho" - Yuki Midorikawa: Um jovem menino que consegue ver espíritos, dom herdado de sua falecida avó, e tem a tarefa de devolver os nomes para esses espíritos. Esse mangá foi indicação da Umeko e da Eli, que, de tanto comentarem sobre o anime, acabei maratonando e adquirindo todos os volumes do mangá, que no presente momento está no volume 28 e na revista Gekkan LaLa ainda a história segue e sem previsão alguma de acabar.

Quem lê a sinopse, pensa que é anime sobrenatural, com direito a cenas de terror, essas coisas, mas quando a gente pega e assiste, não é bem assim. Certo que tem uns espíritos de aparência terrível, mas existem outros que parecem humanos. O interessante é a história mesmo, em que Takashi Natsume, além de ver espíritos, tem que devolver o nome deles que estão no "livro de amigos" que herdou de sua avó, além de ter um "guarda-costas", o espírito em forma de gato, o Nyanko-sensei, que é responsável pela parte divertida da história.


4. "X" - CLAMP: Se "Magic Knight Rayearth" foi um dos primeiros mangás que comecei a ler no Brasil, no Japão foi "X" e ainda por cima, quando cheguei aqui, peguei pela metade (junto com o "Suki, Dakara Suki"). Fui ler ambos porque eu estava curiosa para saber mais das obras da CLAMP, e acabei lendo as duas histórias.

"X", que comeou a ser publicada em 1992, seria a visão de como seria o fim do mundo na virada do milênio (por isso que em alguns países, é conhecida como "X/1999"), e várias pessoas de diferentes classes sociais e crenças foram escolhidas para evitar o desastre. A história era publicada pela Gekkan Asuka (hoje somente Asuka), voltada para o público adolescente feminino, mas devido ao conteúdo ter muitas cenas de ação, os meninos também passaram a acompanhar.

Foram publicados 18 volumes, mas acabou entrando em hiato em 2002, e não sabe se realmente voltarão a continuar a trama. Quem adquiriu a edição especial da revista NewType em 2006, tem o especial "X 18.5" e também está no livro "All About CLAMP" de 2009, o que seria "a continuação e final da história".

Dizem que foram problemas contratuais, mas os mais supersticiosos dizem que as meninas do CLAMP tiveram que parar com a história porque algumas partes coincidiram com muitos desastres que o Japão teve (como o terremoto de Hanshin-Awaji em 1995 e o assassinato de dois estudantes em Kobe, em 1997), e estavam com receio de que acontecesse algo bem pior.


5. "Given" - Natsuki Kizu: Esse foi um dos muitos que "assisti o anime pra depois ler o mangá". Lembro quando anunciaram a versão anime do mangá que ainda está em andamento - era a primeira vez que a Fuji Television incluia um anime com tema BL (boys love) na seção Noitamina, que passa na madrugada de quinta para sexta. "Banana Fish" e "Saranzamai" não são considerados BL porque o primeiro não foi publicado em revista do gênero (e sim, shoujo) e o segundo era animação original, e quando foi publicado o manga spin-off de Reo e Mabu, foi numa revista josei.

A história sobre uma banda de rock e relacionamentos entre seus membros, continua sendo publicada na revista Chéri Plus, e já conta com sete volumes, uma animação, um anime movie e um OVA. Confesso que, quando estava assistindo o anime, logo adquiri os cinco volumes (na época). Eu tenho mais a impressão de que a história é mais focada no desenvolvimento da banda mas sem perder a linha do relacionamento nos três arcos. Eu aconselho a ler, sim. Muito embora o tankobon demore mais de um ano para ser publicado, porque a revista que publica, a Chéri Plus, circula 3 vezes no ano, cada edição a gente fica naquela "o que vai acontecer no próximo volume".

Leitura recomendada para quem quer saber mais sobre música e deixar o preconceito de lado.


6. "Koshoku Robot" - Hisae Iwaoka: Um restaurante estilo teishoku (o famoso "prato feito" no Brasil) tem um sistema de point card em que, quando junta 3000 pontos, ganha um brinde em sua casa - um robôzinho em forma humana de 25cm de altura que ajuda o proprietário a fazer sua própria comida e se alimentar bem, não somente para sua saúde em si, mas também para seu bem-estar. 

A história ficou conhecida devido a sua versão dorama em 2017, com os três membros do grupo Hey! Say! JUMP - Daiki Arioka, Hikaru Yaotome e Yuya Takaki - nos papéis principais. O mangá continua em andamento na revista Cookie e já está no volume 7. Inclusive, no site Cookpad, tem algumas receitas publicadas.


7. "Kinou, Nani Tabeta?" - Fumi Yoshinaga: A história de um casal homoafetivo de personalidades diferentes e sempre conversam sobre o dia-a-dia no jantar. Um advogado que economiza em tudo e gosta de cozinhar, mas não revela a ninguém que é homossexual e tem um parceiro, e um cabelereiro extrovertido que não esconde que é homossexual. Mesmo com essas características, os dois vivem como pessoas comuns, com seus problemas no trabalho, na família e na comida.

Embora seja publicada em uma revista seinen (a Morning), a história BL caiu no gosto de muitos leitores, seja pela história que trata o casal como pessoas comuns como qualquer um, seja pelas receitas, cujo preparo é BEM minuncioso e detalhado. Tanto que a versão live-action conseguiu superar até o mangá, graças à atuação perfeita de Hidetoshi Nishijima (que interpreta Jiro, o advogado) e Seiyou Uchino (que interpreta Kenji, o cabelereiro).

A história continua em andamento na revista "Morning" e já está no 19o. volume. Devido ao dorama e filme, foram publicados dois livros das receitas que são apresentadas em ambos.


8. "More Than Words" - Etsuko: Foi por causa do mangá "JOY" que me fez procurar mais material dessa autora, que eu já conhecia muito mais tempo que imaginam, mas eu não sabia que ela estava publicando as histórias para revistas de editoras maiores. Enfim, "More Than Words" seria uma história de três jovens, com seus problemas mas resolvem aproveitar a juventude.

Mas essa fase não seria fácil - triângulos amorosos, decepções e escolhas. E quem acompanha as histórias da Etsuko, sabe que ela costuma - na maioria - colocar um pouco de enredo angst no meio. "More Than Words" não foi publicado em uma revista BL, apesar de ter elementos no enredo, mas numa revista otona, a Comic Spica, hoje a Birz Comics.

Fui descobrir depois que, para acompanhar o resto da história, teria que ter também "Last Friday", os dois volumes "In The Apartment" e "Supernatural", por causa de um dos protagonistas (aí esses três títulos seriam histórias BL mesmo).


9. "Hanazakari no Kimitachi e" - Hisaya Nakajo: Muita gente conhece o dorama protagonizado por Maki Horikita, Shun Oguri e Toma Ikuta, além de ter catapultado a carreira de muitos atores e atrizes, como Hiro Mizushima, Masaki Okada, Junpei Mizobata, Ryohei Suzuki, Airi Taira, Mirei Kiritani, etc., mas pouca gente sabia que foi adaptado do mangá de Hisaya Nakajo.

Eu já tinha assistido a versão de 2007 um pouco depois, e fui descobrir o mangá numa das minhas passadas nas Book-off em Yokohama, mas na versão aizoban, que rendeu 12 volumes e eu ainda encontrei os dois volumes tankobon que eram o "After School" que não tinha na versão aizoban. Além disso tudo, fui saber que o mangá foi publicado na mesma editora do mangá do "Natsume Yujincho", a Hakusensha (que publica a revista "Hana to Yume", "Gekkan LaLa", "LaLa DX").

Pode até ser impressão minha, mas a autora tem o mesmo traço de um circle de doujinshi que conheço que fazia doujinshis Yama Pair e Tiger and Bunny...


10. "Sakamichi no Apollon" - Yuki Kodama: Eu já havia feito um pequeno resumo aqui, um pouco antes de sair a versão live action. Mas antes do filme, teve anime (que passou no Noitamina, e muita gente sabe o horário que passa...). Mas eu acabei lendo o mangá mesmo. Completo.

O anime e o filme compreendem até o volume 9 (final). Na época que passou o anime, em abril de 2012, o último volume estava para ser lançado, mas na revista Flowers, a série tinha terminado. O volume "Bonus Track", que seriam os eventos após o final, foi lançado depois que o anime terminou.

Caso forem ler esse mangá, leiam até o "Bonus Track", que a história fica completa e muitos pontos esclarecidos.

Na verdade, eu tenho mais títulos que li, mas a maioria seria volume único ou no máximo 4 ou 5. Futuramente, poderei fazer outra lista, quem sabe.

*A que demorou dois dias para postar aqui.*

Imagens: sites oficiais e pinterest

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