Metade do Ano

Ou: PQP! O ano já está acabando?!

Janeiro: ano-Novo, a mesma coisa. Ou quase. Nem vi sinal de neve neste inverno, que foi menos frio que os anteriores. Não, nada a ver morar a meia hora de Enoshima. Passamos a virada do ano em Tóquio, perto do Tokyo Dome e jantar num restaurante chinês perto dali. Isso porque também teve passeio na Tokyo Tower e rezamos num templo perto. Só mesmo na virada do ano ter trem 24 horas disponível pro povo que foi e estava indo aos templos mais cedo pra agradecer e pedir aos deuses um ano melhor. Ainda no mesmo trabalho e com mesmo kinguio, claro! Show do vitaminadíssimo Masha no Saitama Super Arena. Chorei na música "milk tea" e não levei copo d'água na cabeça porque fiquei no meio da arena. Kinguio fez entrevista. Final do mês novo trabalho. Agora não lembro se fui no shinnenkai.

Fevereiro: mês curto. Kinguio trabalhando numa panificadora. Muito bom, pão de graça! O lado ruim, pão faz crescer onde não se deve na gente. Nem lembro se neste mês fiz algo de útil. Mas acho que ganhei um monte de bolo e pensei que o kafunshoo fosse resfriado. Ah, lembrei: liguei em casa pra pedir documento pra renovar visto.

Março: a pauleira começa. Começa a época de renovação de contrato. Povo mudando de trabalho e muitas contas pra pagar. Ainda fiquei com kafunshoo e gastei uma nota com spray pra matar essas pragas que a gente não enxerga. Show do vitaminado e necessário Masha novamente, mas no Yokohama Arena. Fiquei quatro horas e meia em pé e ganhamos amostra grátis da Pepsi Nex só por causa do patrocínio. De leva, o ator Satoshi Tsumabuki veio pra divulgar também o produto. Sayonara Party em um pub em Ikebukuro e nunca passei tanto mal em toda a minha vida. E ainda tive que ir trabalhar no dia seguinte.

Abril: Caí na pegadinha do Primeiro de Abril com o roubo da estátua do Hachiko. Dor-de-cabeça e haja paciência pra pedir nova procuração no Consulado pro meu pai pedir outra documentação pra mim. O que deixei com ele não servia. Para vocês verem o quanto sofre morar no exterior. E no último dia fui na Imigração pra justificar porque ia atrasar cinco dias pra entregar o documento. Ainda bem que nesse ponto eles sabem que Polícia Federal quando entra em greve... Pra compensar, comprei novo single do Masha e ganhei brinde extra.

Maio: O tal do Golden Week é só pra quem pode. Como eu não posso porque não tenho, tenho é que ir trabalhar. O ruim é ouvir o povo falando que está curtindo todas. Mas como ri melhor quem ri por último, a sorte é que tenho reserva garantida no próximo salário. Final de semana, ao invés de ir pro Yamashita Koen pra esquecer que não temos esse tal de feriado prolongado, o que acontece? Uma 525 no estacionamento de nosso lar apertado lar. Com isso nem sei quantos quilos perdi, nem sei quantas noites consegui dormir direito, devido ao meu visto não ter saído ainda. Que documento faltou, minha Nossa Senhora do Sagrado Coração, a qual eu devoto? Falando em falta, perdi minha ídola-mor Izumi Sakai. E se certos políticos fizessem como o Ministro da Agricultura, não ia sobrar um. Lembrei: ajudei minha amiga Miss Doraemon a fazer mudança pra nova casa dela.

Junho: Aleluia! Meu visto chegou! E fomos buscar o carro. Nunca assinei tanto papel em toda a minha vida. Pra ter um segundo estacionamento no prédio onde moro. Aniversário do kinguio encantado! Recebi o imposto residencial e quase caí pra trás. Novo álbum do Macca vendendo no Starbucks Cafe, mas de tanto que ouvi quando vou lá, fico pensando se compro ou não. Queria ter ido prestar uma homenagem a Izumi Sakai, mas foi no dia que trabalho e soube que a fila daria mais que cinco voltas no quarteirão, deixei. Pensei que era surpresa, mas pensei em desvendar, mas na verdade não era o que pensei. O mistério das caixas brancas com pintas verdes desvendado, mas continua aquele dilema da propaganda dos biscoitos Tostines: vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho por isso vende mais?

Comments